terça-feira, 13 de setembro de 2011

Atividade para superação

Filosofia - 3º EM(manuscrito em papel almaço - não é para fazer em folha de caderno)
Leia e responda os textos abaixo:
01) A técnica, como universo de instrumentos, pode aumentar tanto a fraqueza como o poder de um homem. No estágio atual, este se apresenta talvez como o mais impotente com relação ao seu aparato do que jamais o fora antes. Herbert Marcuse.
02) Em razão da divisão do trabalho nas sociedades capitalistas, percebe-se que há uma separação entre produtores do conhecimento e usuários (reprodutores do conhecimento).
a) Qual são as finalidades da produção de conhecimento?
b) O conhecimento científico produzido é democratizado? Explique
03) Faça um breve resumo sobre:
a)Herbert Marcuse
b)Theodor Adorno
c) Max Horkheimer
d) Thomas Kuhn

Sociologia - 3º EM (manuscrito em papel almaço - não é para fazer em folha de caderno)

Estragou a televisão!!!
Luís Fernando Veríssimo
-- Iiiih...
-- E agora?
-- Vamos ter que conversar.
-- Vamos ter que o quê?
-- Conversar. É quando um fala com o outro.
-- Fala o quê?
-- Qualquer coisa. Bobagem.
-- Perder tempo com bobagem?
-- E a televisão, o que é?
-- Sim, mas aí é a bobagem dos outros. A gente só assiste. Um falar com o outro, assim, ao vivo... Sei não...
-- Vamos ter que improvisar nossa própria bobagem.
-- Então começa você.
-- Gostei do seu cabelo assim.
-- Ele está assim há meses, Eduardo. Você é que não tinha...
-- Geraldo.
-- Hein?
-- Geraldo. Meu nome não é Eduardo, é Geraldo.
-- Desde quando?
-- Desde o batismo.
-- Espera um pouquinho. O homem com quem eu casei se chamava Eduardo.
-- Eu me chamo Geraldo, Maria Ester.
-- Geraldo Maria Ester?!
-- Não, só Geraldo. Maria Ester é o seu nome.
-- Não é não.
-- Como, não é não?
-- Meu nome é Valdusa.
-- Você enlouqueceu, Maria Ester?
-- Pelo amor de Deus, Eduardo...
-- Geraldo.
-- Pelo amor de Deus, meu nome sempre foi Valdusa. Dusinha, você não se lembra?
-- Eu nunca conheci nenhuma Valdusa. Como é que eu posso estar casado com uma mulher que eu nunca... Espera. Valdusa. Não era a mulher do, do... Um de bigode...
-- Eduardo.
-- Eduardo!
-- Exatamente. Eduardo. Você.
-- Meu nome é Geraldo, Maria Ester.
-- Valdusa. E, pensando bem, que fim levou o seu bigode?
-- Eu nunca usei bigode!
-- Você é que está querendo me enlouquecer, Eduardo.
-- Calma. Vamos com calma.
-- Se isso for alguma brincadeira sua...
-- Um de nós está maluco. Isso é certo.
-- Vamos recapitular. Quando foi que casamos?
-- Foi no dia, no dia...
-- Arrá! Tá aí. Você sempre esqueceu o dia do nosso casamento... Prova de que você é o Eduardo e a maluca não sou eu.
-- E o bigode? Como é que você explica o bigode?
-- Fácil. Você raspou.
-- Eu nunca tive bigode, Maria Ester!
-- Valdusa!
-- Tá bom. Calma. Vamos tentar ser racionais. Digamos que o seu nome seja mesmo Valdusa. Você conhece alguma Maria Ester?
-- Deixa eu pensar. Maria Ester... Nós não tivemos uma vizinha chamada Maria Ester?
-- A única vizinha de que eu me lembro é a tal de Valdusa.
-- Maria Ester. Claro. Agora me lembrei. E o nome do marido dela era... Jesus!
-- O marido se chamava Jesus?
-- Não. O marido se chamava Geraldo.
-- Geraldo...
-- É.
-- Era eu. Ainda sou eu.
-- Parece...
-- Como foi que isso aconteceu?
-- As casas geminadas, lembra?
-- A rotina de todos os dias...
-- Marido chega em casa cansado, marido e mulher mal se olham...
-- Um dia marido cansado erra de porta, mulher nem nota...
-- Há quanto tempo vocês se mudaram daqui?
-- Nós nunca nos mudamos. Você e o Eduardo é que se mudaram.
-- Eu e o Eduardo, não. A Maria Ester e o Eduardo.
-- É mesmo...
-- Será que eles já se deram conta?
-- Só se a televisão deles também quebrou.
A televisão é um dos meios de comunicação de maior penetração nas casas de pessoas de todas as classes sociais no Brasil. Você acha que ela tem a capacidade de isolar as pessoas ou define o espaço de uma nova sociabilidade no interior das famílias? Ela pode gerar discussão sobre temas importantes, de comportamento, ser usada para estimular o pensamento crítico ou ela só serve para alienar as pessoas? Escreva um texto argumentando sobre as questões acima. (entre 20 e 30 linhas)

Sanduíche de música e literatura
Para termos uma idéia do que faz a indústria cultural, vamos tomar como exemplo uma música erudita e examinar como a massificação transforma um prato original, rico e saboroso em apenas um ingrediente de um grande sanduíche, distribuído nos quatro cantos do mundo. É a obra de arte transformada numa mercadoria sem qualidade.
Podemos ver e ouvir a Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo (OSESP) interpretando uma obra de Mozart ou de qualquer outro autor erudito, com todos os instrumentos, para que ela seja fruída em seu máximo esplendor. Mas, se essa mesma obra for filmada e exibida no cinema com todos os seus componentes, a experiência de quem assiste a ela já será deferente. E a sensação será outra se a mesma apresentação for assistida em casa, em DVD.
Muitas pessoas não apreciam música erudita, pois normalmente a obra é longa, mas gostam de um ou outro trecho mais conhecido. Podem então ouvir no rádio ou comprar um CD com uma parte da obra, mas não toda ela. Temos aí mais um corte das possibilidades iniciais. Esse CD pode ser ouvido em casa ou no carro, e em cada caso as sensações serão diferentes. Se a opção for comprar um CD com os movimentos mais conhecidos interpretados por apenas um pianista a sensação será ainda outra:
O indivíduo que compra esse último CD ou que ouve no rádio essa interpretação vai ter a certeza de estar ouvindo uma obra de Mozart e pode até sair assobiando pelas ruas as partes que "comprou". Mas o que ouviu é algo bem diferente da obra original.
Observa-se fato semelhante quando uma obra literária de grande expressão, como a de Machado de Assis, por exem­plo, é reduzida a pedaços ou a resumos, como os difundidos nos cursinhos para que os alunos obtenham alguma informa­ção que lhes permita resolver as questões propostas nos vestibulares. Eles não terão o conhecimento ou a sensação que decorre da leitura integral de um livro desse autor, mas até poderão "achar" que leram e co­nhecem Machado de Assis, quando apenas tiveram contato com resumos e pedaços desconectados de uma obra inteira. Esses alunos estão consumindo um sanduíche quando poderiam estar saboreando com prazer um jantar bem elaborado.
1- Obras musicais e literárias são criadas para ser apreciadas na integralidade, pois só assim se pode perceber, sentir e conhecer o que o autor de fato produziu. O que você pensa e como se sente quando só tem acesso a um pedaço ou arremedo de um livro ou uma peça musical7
2- A indústria cultural, principalmente por meio da televisão e da internet, procura formar futuros clientes para os produtos de seus patrocinadores, incentivando desejos e necessidades que parecem naturais. Aponte exemplos disso no seu cotidiano.

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