segunda-feira, 23 de maio de 2011

Conteúdo de Sociologia - 2EM - Colégio MT


Individuo e sociedade
Praticamente todas as teorias sociológicas, estarão preocupadas em explicar como ações individuais podem ser pensadas no seu relacionamento com outras ações (exemplo das eleições), ou como regras da ação coletiva são incorporadas pelos indivíduos (exemplo da escola), ou ainda como práticas coletivas definem diferentes grupos sociais (exemplo da greve). Em todas as situações citadas estará em jogo o relacionamento entre individuo e sociedade.
      É evidente que a Sociologia não tratará o individuo como um dado da natureza, isto é, como um ser autônomo, livre e absoluto desde o nascimento, mas o tratará como um produto social em alguma medida. A própria idéia de individualidade é historicamente constituída. Isso quer dizer que cada sociedade, em certo momento histórico apresenta uma visão específica a respeito do problema da individualidade. O homem passará a ser visto, do ponto de vista sociológico, a partir de sua inserção na sociedade e nos grupos sociais que a constituem.
      Assim, o objeto da Sociologia como ciência, ou seja, aquilo que a Sociologia estuda, constitui-se historicamente como conjunto de relacionamentos que os homens estabelecem entre si na vida em sociedade – relações de cooperação, conflito, interdependência, etc. Interessa para a Sociologia, portanto, não o indivíduo isolado, mas inter-relacionado com os diferentes grupos sociais dos quais faz parte, como a escola, a família, as classes sociais, etc. Não é o “homem” enquanto ser isolado da história que interessa ao estudo da sociedade, mas “os homens” enquanto seres que vivem e fazem a historia. 

O surgimento da Sociologia
AUGUSTO COMTE (1798-1857) é tradicionalmente considerado o pai da Sociologia. Foi ele quem pela primeira vez usou essa palavra, em 1839, no seu Curso de Filosofia Positiva. Comte foi quem criou o termo “sociologia” a partir da organização do curso de Filosoia Positiva. O  que  desejava  Comte  com  esse  curso?  Ele  pretendia  fazer  uma  síntese da produção científica, ou seja, verificar aquilo que havia sido acumulado em termos de conhecimento bem como os métodos das ciências já existentes, como os da matemática, da física e da biologia. Ele queria saber se os métodos utilizados nessas ciências, os quais já haviam alcançado um “status” de positivo, poderiam ser utilizados na física social, denominada, por ele de Sociologia.
Este pensador era de uma linha positivista, o que quer dizer que  acreditava na superioridade da ciência e no seu poder de explicação  dos fenômenos de maneira desprendida da religiosidade, como era comum se pensar naquela época. E tem mais... como positivista ele acreditava que a ciência deveria ser utilizada para organizar a ordem social.
Na visão dele, naquela época, a sociedade estava em desordem, orientada pelo caos. Devemos considerar que Comte vislumbrava o mundo moderno que surgia, isto é, um mundo cada vez mais inluenciado pela ciência e pela consolidação da indústria, e a crise gerada por uma certa anarquia moral e política quando da transição do sistema feudal (baseado nas atividades agrárias, na hierarquia, no patriarcalismo) para o sistema capitalista (baseado na indústria, no comércio, na urbanização, na exploração do trabalhador).. Era essa positividade (instaurar a disciplina e a ordem) que ele queria para a Sociologia.
Assim sendo quando Comte pensava a Sociologia, era como se fosse uma “criança” sendo gestada, na qual colocava toda sua crença de que poderia estudar e entender os problemas sociais que surgiam e reestabelecer a ordem social e o progresso da civilização moderna. Ele queria que a Sociologia estudasse de forma aprofundada os movimentos das sociedades no passado para se entender o presente e, inclusive, para imaginar o futuro da sociedade.
Percebeu? Olhando o passado para compreender o presente.
Os do “andar de cima”, e não só eles, nos ajudarão a ver melhor  o mundo que vivemos hoje.
Comte  via  a  consolidação  do  sistema  capitalista  como  sendo  algo necessário ao desenvolvimento das sociedades. Esse novo sistema, bem como o abandono da teologia para explicação do mundo seriam parte do progresso das civilizações. Já, os problemas sociais ou desordens que surgiam eram considerados obstáculos que deveriam ser resolvidos para que o curso do progresso pudesse continuar.
Portanto, a Sociologia se colocaria, na visão deste autor, como uma ciência  para  solucionar  a  crise  das  sociedades  daquela  época.  Mas Comte não chegou a viabilizar a sua aplicação. Seu trabalho apenas iniciou uma discussão que deveria ser continuada, a im de que a Sociologia viesse a alcançar um estágio de maturidade e aplicabilidade.

DURKHEIM
Mas foi com Durkheim (1858-1917) que a Sociologia passou a ser considerada uma ciência e como tal se desenvolveu.
Durkheim formulou as primeiras orientações para a Sociologia e demonstrou que os fatos sociais têm características próprias, que os distinguem dos que são estudados pelas outras ciências. Para ele, a Sociologia é o estudo dos fatos sociais.
Fatos sociais
Um exemplo simples nos ajuda a entender o conceito de fato social, segundo Durkheim. Se um aluno chegasse à escola vestido com roupa de praia, certamente ficaria numa situação muito desconfortável: os colegas ririam dele, o professor lhe daria uma enorme bronca e provavelmente o diretor o mandaria de volta para pôr uma roupa adequada.
Existe um modo de vestir que é comum, que todos seguem. Isso não é estabelecido pelo indivíduo. Quando ele entrou no grupo, já existia tal norma, e, quando ele sair, a norma provavelmente permanecerá. Quer a pessoa goste, quer não, vê-se obrigada a seguir o costume geral. Se não o seguir, sofrerá uma punição. O modo de vestir é um fato social. São fatos sociais também a língua, o sistema monetário, a religião, as leis e uma infinidade de outros fenômenos do mesmo tipo.
Para Durkheim, os fatos sociais são o modo de pensar, sentir e agir de um grupo social. Embora os fatos sociais sejam exteriores, eles são introjetados pelo indivíduo e exercem sobre ele um poder coercitivo. Resumindo, podemos dizer que os fatos sociais têm as seguintes características:
 generalidade – o fato social é comum aos membros de um grupo;
exterioridade – o fato social é externo ao indivíduo, existe independentemente de sua vontade;
coercitividade – os indivíduos se sentem obrigados a seguir o comportamento estabelecido.
Em virtude dessas características, para Durkheim os fatos sociais podem ser estudados objetivamente, como “coisas”. Da mesma maneira que a Biologia e a Física estudam os fatos da natureza, a Sociologia pode fazer o mesmo com os fatos sociais.

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